6/30/2007

Coitado do Jim Morrison

Vamos fazer uma petição contra coisas destas. Ou vamos exportar este senhor...

AINDA...



A única justificação que vejo para este programa continuar no ar é terem-se esquecido deles. Presos na eternidade, dentro do cubo infernal da péssima televisão.

6/29/2007

Reclamações...

Pois é, "reclamações" é uma parte do meu trabalho. E detesto-as. Tenho uma boa teoria sobre como os portugueses de repente descobriram que têm direitos e que podem reclamar, logo fazem-no, e, à boa maneira portuguesa, muitas vezes exageram. E vão sempre escrever uma carta a alguém. Curiosamente, neste mundo de berros e insultos, às vezes encontramos pessoas com muita razão e... extremamente calmas e educadas. A esses agradeço a pausa...

Mas o que eu queria mesmo era dizer-vos algumas frases que se repetem dia após dia por vários clientes e que são sempre iguais e que, sinceramente, de tanto serem repetidas já não dizem nada. Aqui estão:

"...pois olhe que eu vou levar isto às mais altas instâncias!!" (esta é das mais ditas, curiosamente já a ouvi em muitos sítios diferentes. As três últimas pessoas que disseram isto porque não concordavam com algo que não as prejudicava em nada...Para vos dar um exemplo, seria como eu ir à Gucci perguntar o preço de algo e depois começar a berrar que era muito caro, que a situação não ia ficar assim e que ia levar isto às mais altas instâncias.)

"... isto vai para os jornais, ouviu? E até para a televisão..." ( a outra versão é: "vou chamar a TVI")

"porque você vai ser despedido se isto não se resolver..." (claro que vou, eu e todos nós... e morrer também... um dia.)

"vocês são todos uns incompetentes" (esta até eu já disse numa Câmara Municipal)

"...hão-de ter muitos clientes assim..."

"...Eu exigo agora..."

"Vocês não sabem com quem é que se meteram"

"Isto não vai ficar assim..."

Pois é, blá, blá, blá, amigos reclamantes. Isto não surte efeito. Simplesmente as pessoas abusaram e desgastaram estas frases, não servem. Se é daqueles que as dizem com um ar ameaçador vá fazê-lo em frente ao espelho e veja lá o que acha... Quando me lembrar de mais, partilharei convosco.

6/28/2007

Eles andam aí....



"O assessor reconheceu que não foi Maria Celeste Cardoso quem colocou ou mandar colocar o cartaz de que o ministro não gostou. " in Publico



"A directora do centro de saúde foi exonerada pelo ministro Correia de Campos, sob proposta da Sub-região de Saúde de Braga, por não ter retirado das instalações do centro um cartaz contendo declarações do ministro Correia de Campos "em termos jocosos"". in Publico




"o Expresso Online revelou que "José Sócrates apresentou uma queixa-crime contra o blogger António Balbino Caldeira devido ao conjunto de textos que este professor de Alcobaça escreveu" sobre o Dossier (utilização do título de engenheiro e percurso académico do primeiro-ministro)." in DoPortugalProfundo



"O director de serviços dos Recursos Humanos da

Direcção Regional de Educação do Norte (DREN)

foi afastado por alegadamente ter feito uma

afirmação "insultuosa" sobre a licenciatura

do primeiro-ministro, durante o horário de expediente.

Fernando Charrua só admite ter dito um comentário"jocoso". in Jornal de Notícias


"Escreveu um e-mail ao Governo, denunciando

o que considera ser uma dívida fiscal de uma empresa.

As perguntas que enviou ao cuidado do Ministério

das Finanças acabaram na mão da administradora

da firma para a qual trabalhava." in Portugal Diário



"Foi por SMS, davam-me conta de que estaria acontecer uma coisa grave, 48 horas antes de abrir o inquérito. Foi numa sexta-feira. Na segunda-feira tinha a participação escrita do facto." Margarida Moreira (directora Regional de Educação do Norte) acerca do caso do professor Fernando Charrua

6/27/2007

Efeito zen...

Nada com um bom fim-de-semana envolvida numa festa de São João da minha aldeia para acabar com qualquer stress ou tensão... Cansada mas feliz... Sabe bem, melhor que qualquer massagem...

6/21/2007

Mais ricos e mais infelizes?

O consumo de anti-depressivos aumentou, em Portugal, 68% e o número de suicídios 6%, desde 2001. Esta situação verifica-se paralelamente ao melhoramento dos índices de bem estar.

Este foi o tema do Fórum da Antena 1 da passada Terça-feira. Excluindo desde já a questão das razões pessoais que provocam qualquer uma destas situações, o que interessou abordar neste fórum foi a existência de condições ambientais, na nossa sociedade que se reflectem neste aumento.

Se, supostamente, temos vidas mais confortáveis, mais fáceis porque é que estamos mais deprimidos e nos suicidamos mais?
Antes de mais há que notar que hoje há mais consciência da depressão enquanto doença. Há mais pessoas a recorrer a médicos, seja ao médico de família, seja a psiquiatras, para tratar estados depressivos. Havendo uma tendência para receitar anti-depressivos em detrimento de outras terapias, há aumento deste consumo. Mas isto é apenas um pequeno factor.

Além deste há a questão da sociedade. Temos outros níveis de bem estar, mas a que preço? E que tipo de bem-estar? A sociedade é obviamente competitiva e cada vez mais individualizada, logo também estamos cada vez mais sós, principalmente aqueles que não conseguem, ou não precisam de se integrar neste ritmo de sociedade. São os nossos fracos da sociedade. São, por exemplo, os idosos... O fim do conceito de família enquanto comunidade com relações além-núcleo e dependência entre membros leva a um abandono que a nossa sociedade está pronta a absorver, através de lares, creches, ateliês de tempos livres e toda uma oferta de sítios onde podemos colocar os excedentários. Porque não podemos tratar deles, porque temos que trabalhar para podermos adquirir coisas que vão aumentar o nosso índice de bem-estar. E aumenta o bem estar material. E o nosso idoso morre de solidão algures. O sentimento de pertença a uma comunidade é um factor anti-depressão. Deixando de haver esse sentimento e esse apoio é mais difícil ultrapassar os problemas como desemprego, morte de familiares, entre outros...

Não esquecer também que os índices de bem estar aumentaram (hoje temos todos telemóveis, televisão, boas casas, aquecimento, carro, etc...), em grande parte graças a facilidade de crédito que hoje existe. Há um endividamento quase inconsciente porque tudo pode ser pago a prestações e o bem-estar material começa a parecer frágil quando as dívidas começam a ser muitas. Por vezes, este sobre-endividamento leva ao suicído...

Há, ainda, dentro deste cenário a falta absoluta de confiança nas instituições. Na justiça, na saúde, nos políticos... há a desprotecção dos que não conseguiram singrar na sociedade moderna e que não tendo esse sucesso material se vêm desprovidos de outro apoio.

Resumindo, os índices de bem estar são relativos e, ao contrário do que possa parecer, ou seja ser contraditório este melhoramento paralelo ao aumento das pessoas deprimidas, não o é. O bem estar é material, e para o alcançar, tivemos que prescindir de outras bases, que essas, sim, nos suportavam, fracos ou fortes.

Nota: um dos ouvintes do fórum fez um comentário com o qual concordei inteiramente. Que a religião é essencial na prevenção destas situações. A fé é uma terapia. E a pertença a uma comunidade religiosa é um factor de combate à solidão.

6/15/2007

Culturall Esplanada

"Culturall Esplanada" em Pombal

Eis que a Praça Marquês de Pombal, mais conhecida por Praça dos Cereais, devido a feira dos cereais que ali se realizava todas as Segundas e Quintas, ressuscita!! Depois de algum tempo em obras para restaurar esta zona da cidade e construir o parque de estacionamento subterrâneo esta zona já merecia uma vida nova. Na minha opinião é das partes mais bonitas de Pombal, não só pela antiguidade, mas também pelo espaço em si e por ser essencialmente pedonal. A rua Miguel Bombarda, que vai desde a praça até à linha do comboio já foi a zona principal de comércio. A feira fazia-se junto ao rio, depois de atravessar a linha do comboio e a feira dos cereais em frente à igreja fazendo daquela rua uma passagem obrigatória para comerciantes e compradores. Infelizmente a zona foi-se degradando e foi ficando abandonada com a abertura do shopping, com a concentração do comércio nessa zona da cidade e mais tarde com a abertura do novo espaço do intermarché. Também a mudança da feira para outro local fora do centro da cidade contribuiu para tirar grande parte da circulação de pessoas desta zona. Agora a zona está novamente aberta aos habitantes da cidade com uma mais valia: uma esplanada que ficará aberta à noite, no espaço em frente à Igreja Matriz. O espaço está bonito, a iluminação muito agradável e com certeza será um local muito bem rentabilizado pelas pessoas responsáveis, isto é, o Rancho Típico de Pombal. A esplanada é apoiada pelo bar situado no pátio interior do Celeiro do Marquês, já aberto desde a passada sexta-feira, e vai ser inaugurada este sábado com a actuação dos Melech Mechaya.
Espero que esta zona continue a merecer a atenção da Câmara Municipal pois há bastante para aproveitar, com espaços culturais mas também com uma recuperação a nível comercial (mas isso será assunto para outro post..) ...

6/08/2007

Cruzamentos

Estava quente, ainda bem que não vestira casaco. Também devia estar quente para o velhote sentado no muro do mini-mercado, de camisa de manga curta, às riscas, calças de tecido, cinzentas. Os joelhos ficavam à altura do peito, apoiados nos joelhos tinha os cotovelos...Numa mão segurava, preguiçosamente, um cigarro que ia fumando como quem se obriga a respirar. Noutra mão segurava um saco de plástico de supermercado. O que teria lá dentro? Alguma coisa que comprou. Olhou de soslaio, manteve o ar decidido de quem se dirigia a algum lado. Tinha a certeza que o velho olhava para ela. Continuou, consciente do efeito que devia provocar. Pena que não se dirigisse a lado nenhum e de nada lhe valesse o vestido novo. Por momentos quase se esqueceu de que não era o velho o abandonado e ela a rapariga decidida cuja vida esperava nalgum sítio. Por momentos quase se esqueceu que não tinha ninguém com quem ir ter. E teve inveja do velho que estaria à espera de alguém, que tinha um objectivo, que tinha um saco e um cigarro. Pelo menos ele teria alguém. E esse alguém estaria para chegar pela forma como quase se levantou quando passou um carro. Afinal não era. Voltou a sentar-se e a olhar para o prédio do outro lado da rua...

A rapariga da janela olhava para o fundo da rua, também devia estar com calor, senão não viria à janela... estava com uma camisola velha de trazer por casa e parecia ter vindo aproveitar o momento de pausa. Com certeza estava a estudar, era a época em que havia exames na Universidade. Desejava ter também alguma coisa para fazer, em vez de estar ali sentado com um saco ridículo na mão... e logo um saco do supermercado. Lá dentro só mesmo a carteira, vazia! A rapariga olhou para ele mas não se deteve. Devia estar preocupada, quem lhe dera ter também preocupações. Fumou pacientemente o cigarro enquanto fingia um gesto para se levantar como se aguardasse alguém e o alguém estivesse para chegar. Que inveja da rapariga da janela. Tinha algo que a esperava em vez de estar jogada para o nada, como ele. Tinha um objectivo... o dele era só estar ali. Ouviu passos de salto alto no passeio, passos que se aproximavam...

Já tinha saudades de estar à janela a olhar para a rua. Não tinha falta de tempo... esse agora tinha de sobra, desde que desistira de estudar... Olhou para o fundo da rua e viu a rapariga com um vestido lindo... quem lhe dera ter dinheiro para comprar também um. E os sapatos de salto alto, a embalar a rua com o ritmo dos passos. Com o vestido compraria aquela postura, aquela pose, aquela cabeça levantada e andar decidido. É isso havia de arranjar um vestido, com ele viria uma vida. Teria sítios onde ir, pessoas com quem ir ter, como a rapariga que andava no passeio. Talvez até encontrasse os velhos amigos, talvez até arranjasse um novo sonho de vida, um novo projecto. Sim, seria como a rapariga do vestido. Mas por enquanto não era, e invejava-a...

Novo Visual

Finalmente ganhei coragem e mudei o visual deste blog... Digam-me o que acham... eu prefiro assim, mais claro. Apesar de já não ser totalmente da cor da casa que lhe deu o nome. No processo de mudança aconteceram várias coisas, como ficar com a página toda negra...

6/01/2007

António Aniceto Monteiro




"António Aniceto Monteiro (1907-1980) foi um dos maiores matemáticos portugueses – e ao mesmo tempo, um dos menos conhecidos por cá. Forçado ao exílio pelo regime salazarista, viveu quase toda sua vida profissional no Brasil e na Argentina, contribuindo de forma extraordinária para o desenvolvimento da matemática naqueles países. Faria amanhã 100 anos.
Em Fevereiro de 1945, aos quase 38 anos de idade, António Aniceto Monteiro embarca em Lisboa com destino ao Rio de Janeiro – e ao exílio que marcará o resto da sua vida. No Brasil, espera-o um cargo de professor na Faculdade Nacional de Filosofia, para o qual este ainda jovem mas já destacado matemático – nascido em Angola, licenciado da Faculdade de Ciências de Lisboa e doutorado da Sorbonne – foi recomendado por nada mais nem nada menos do que Albert Einstein, John von Neumann e Guido Beck.
Monteiro abandona Portugal porque a entrada na carreira científica lhe foi vedada pelo regime de Salazar devido às suas convicções políticas. Desde 1938, de facto, tem estado a trabalhar sem ser remunerado por aquilo que faz. Em 1943, escreveu no seu currículo: “durante o período de 1938-43, todas as minhas funções docentes e de investigação foram desempenhadas sem remuneração; ganhei a vida dando lições particulares e trabalhando num Serviço de Inventariação de Bibliografia Científica existente em Portugal”.Monteiro abandona Portugal porque a entrada na carreira científica lhe foi vedada pelo regime de Salazar devido às suas convicções políticas. Desde 1938, de facto, tem estado a trabalhar sem ser remunerado por aquilo que faz. Em 1943, escreveu no seu currículo: “durante o período de 1938-43, todas as minhas funções docentes e de investigação foram desempenhadas sem remuneração; ganhei a vida dando lições particulares e trabalhando num Serviço de Inventariação de Bibliografia Científica existente em Portugal”.

DIA DA CRIANÇA II







ADORO DESENHOS ANIMADOS....


Na 2: .. de manhã e à tarde...








DIA DA CRIANÇA I


Aí está um dia que gosto, talvez porque me sinta ainda criança ou então porque me faz lembrar cor, risos...

Mas também me faz lembrar que temos que proteger as crianças, não só do mal mas da própria protecção. Temos que as proteger de terem tudo, temos que as proteger de acharem que conseguem sempre tudo o que querem à força de birras e chantagens, temos que as proteger do consumismo desenfreado que agora nos leva a nós a falência e no futuro as levará a elas. Temos que as proteger de crescerem a pensar que todos estamos lá para as servir. Temos que lhes mostrar que são, sim o mais belo que há no mundo, mas que têm que partilhar isso com todas as crianças do mundo.