A bola é minha

Partidos à parte, há qualquer coisa de profundamente irritante nesta democracia de "a bola é minha, se eu não puder ser o guarda-redes, levo-a e ninguém joga porque vou mandar os outros meninos não jogarem". Sou só eu que acha que uma maioria relativa, numa democracia ideal, seria sempre preferível a uma maioria absoluta, porque obrigaria a uma negociação sensata das propostas? Não digo com os outros partidos, mas com os deputados? Claro que na democracia da carneirada da disciplina de voto, ou lá o que é isso, caímos na teoria de "a bola é minha".

Uma visão muito simplista da situação (contas não verificadas)

Da parte do Estado:

2011 – venderam-se 30 carros que pagaram 10 euros de imposto cada um logo recebemos 300 euros de imposto.

2012 – vamos ser muito inteligentes e aumentar o imposto para 15 euros por carro, assim quando vendermos os 30 carros vamos ter em vez de 300 euros, 450 euros de receita. Yupi ficamos todos contentes…

Além disso vamos aumentar o imposto sobre o salário, assim:

2011 -  tiramos  2 euros por cada 50, ou seja, temos 500 pessoas a trabalhar em 2011 e ganhar 50 euros ano logo ficamos com 1000 euros dos salários. Elas ficam no global com (48*500) 24 000

2012 – se em vez de 2 euros tirarmos 5 a essas quinhentas pessoas ficamos com 2500 euros dos salários …

Da parte do empresário:

2011 – vendo 30 carros ano a 40 euros cada, desses 40 dou 10 ao Estado (300), e fico com 30, logo ganho 900 nesses carros, dou 50 euros ao meu empregado (com impostos incluídos), fico com 850 dos quais dou mais 150 ao estado de outros impostos (irc, etc), fico com 700. Desses 700 fico com 300 para mim e sobram 400 euros para investir. Até posso pagar outro ordenado, vou contratar mais uma pessoa a ganhar 50 euros. Essa pessoa poderá comprar 2 carros em 2012. Para chegar às 500 pessoas que trabalharam em 2011 temos 250 empresários a contratar essas 2 pessoas.

2012 (previsão)– expando o meu negócio porque mais uma pessoa a comprar 2 carros são mais dois carros que vendo, são mais 20 euros para o estado e mais 60 para mim, irc, investimento, etc

Lol…. e do lado do consumidor que vem estragar tudo:

2011 -  ganho 50 euros ano, dos quais fico na verdade com 48 euros  - comprei 2 carros, para mim e para o meu filho, paguei 40 euros por carro, sendo 10 de imposto. Ou seja gastei 80 euros e desses 80 foram 20 para o estado, 60 para o empresário, o que de alguma forma irá reflectir-se no meu ordenado de 50 euros brutos, 48 líquidos. Com este ordenado posso juntar 20 meses de ordenado e comprar dois carros . E compro dois carros porque o meu filho vai ter o emprego que o empresário lhe vai dar por isso é um bom investimento e ele depois paga os seguros, etc.

2012 – o meu patrão continua a dar-me 50 euros ano, tem essa despesa, mas eu só recebo 45 porque 5 vão para o estado… Eu até comprava um carro, mas os carros aumentaram e em vez dos 40 euros por carro que dei em 2011, logo pude comprar dois carros os carros vão custar, com o aumento do imposto, 45 euros cada (15 para o estado.. os mesmos 30 para o empresário). Logo para comprar dois carros, em vez de 20 meses precisava de 24 meses de ordenado… logo só vou comprar um carro.  Desse um carro ainda vou dar 15 euros ao estado, como eles esperavam. Mas o meu vizinho, que só ganha 30 euros brutos, 28 líquidos ano, já não vai comprar nenhum porque se antes com 28 euros lhe custava dar 40 por um carro, este ano com 25 euros líquidos não vai dar 45 por um carro….

O empresário em vez dos 30 carros já só vai vender 15 carros … desses 15 só vai dar  225 euros ao estado…. (e não os 450 como eles esperavam, nem os 300 do ano passado). O empresário já só vai ganhar 450 euros em vez dos 900 do ano passado… desses 450 vai dar aí uns 50 ao estado em vez dos 150 que dava… se tem que dar 50 ao empregado (que já só fica com 45 euros em vez de 48) fica com 250 para ele e para investir… se fica com 200 para ele, que já é pouco só tem 50 para investir.. que não dá porque tem que pagar despesas correntes. Já não vai contratar outra pessoa, vai é despedir alguém. Esse alguém que não contrata mais o que despede não vão ganhar 50 euros, logo não vão comprar carros, não vão pagar imposto dos carros, não vão pagar imposto do ordenado (agora nem 2 nem 5, mas sim 0) e as 500 pessoas que trabalharam em 2011 e que renderam ao estado 1000 euros de impostos e que iriam render 2500 em 2012… vão dividir-se em 200 que pagam imposto (1000 euros) e 300 que vão precisar de apoios sociais ( subs de desemprego,etc) e que vão custar ao estado uns 2500.

Essas pessoas não vão comprar carros, o empresário vai falir e mais pessoas ficam desempregadas, se ficam desempregadas, não pagam impostos nem compram coisas, se não compram coisas, os empresários vão à falência, também não pagam impostos e não investem, mais desemprego, menos dinheiro de impostos, menos investimento…. And so on…

Assim no final final…. O estado recebe muito menos, as pessoas ficam mais pobres, o estado fica mais pobre, e os gestores das parcerias publico privadas e empresas que recebem rendas da electricidade mais ricos, e vão pôr o dinheiro onde? Em OFFSHORES……

E pronto.. visão simplista da coisa….

Acho que depressão é não se conseguir viver consigo próprio... e isso é a pior coisa. Porque até a tristeza mais profunda deve ser mais tolerável. Agora ter que viver ao cimo de tudo, só ali na superfície porque em baixo estamos nós, isso é complicado.

Gossip Girl

Curiosidades sobre Gossip Girl:

- Porque é que numa cidade tão grande como Nova Iorque eles têm sempre as portas abertas? As pessoas não batem, simplesmente entram por ali adentro....

- Se a série se prolongar muito mais os relacionamentos terão que começar a incluir incesto, porque praticamente já todos estiveram com todos, e voltaram a estar... (tirando a Serena e o Chuck);

- Quem conduz as limusines? Nunca vejo ninguém...

- O que faz a Lilly para ser tão rica?

refresh

Antes que isto desapareça é melhor escrever qualquer coisa...

Actualidade política: não tenho acompanhado a campanha, porque sinceramente não consigo ver além do marketing de quem praticamente sempre viveu da política e pretende continuar a servir-se dela. Acho que a política devia ser uma espécie de serviço militar: a pessoa era chamada a ir servir o país e depois voltava à sua ocupação. Coisa que não desse azo a tanta corrupção e incompetência na política. Pode ser que se salve um ou outro nestas novas listas, daqui do centro (eu acho que sim)...

Ainda o Japão: vivemos de facto numa aldeia global... porque é que o Sr. Manel não pode ir assistir ao nascimento da neta no Norte da Europa? Porque tinha marcada viagem de avião, mas um vulcão decidiu dar um forte cachimbada para o ar. E porque é que o Sr. Manel vai de avião e não de carro, até é reformado e tal... Porque o Sr. Manel de facto comprou um carro novo para ir passear pela Europa e aproveitar e ir assistir ao nascimento da filha. Mas estas modernices... o carro do Sr. Manel, como quase todos, tem sistema de bluetooth integrado. Mas estes são feitos no Japão e a fábrica que os fazia foi atingida pelo terramoto e ainda não retomou a produção... e pronto tudo atrasou... e o Sr. Manel em vez de andar por lá a viajar está em casa a ver Os Gordos na SIC.

Futebol: não percebo quase nada... só vejo bandeiras azuis a festejar coisas e mais coisas...

Insónia

Não durmo. Não consigo, tento, dou mil voltas, levanto-me e ligo o pc para trabalhar um bocado. Já que vou sofrer de pensamento crónico vale mais usá-lo em proveito do trabalho. Ás 8 em ponto levanto-me, sem ser preciso, como alucinada, quero fazer alguma coisa, mas estou tão cansada... não posso parar. Tenho preguiça, mas não sono. Invejo quem tem descontracção suficiente para dormir. Eu não tenho. Escrevo no pc, percorro sites. Além de tudo aquilo em que a net nos facilita a vida ainda facilita mais por adivinhar o que estamos a pensar depois de escrever a primeira letra. É na barra de cima, é no google... é só a primeira.... vem logo a imensidão de servos perguntar o que queremos e apresentar alternativas... é só escolher com o rato, mais nada.... Porcaria de insónia.

back...

Às vezes é preciso bater no fundo, ficar lá a ganhar impulso.... para depois vir ao cimo. É assim nos mergulhos.