A ópera La traviata, de Verdi é inspirada no romance "A Dama das Camélias" de Alexandre Dumas Filho...
Alexandre Dumas Filho é filho (obviamente) de Alexandre Dumas Pai, autor de "O Conde de Monte Cristo"...
3/31/2007
3/17/2007
Citações
"As pessoas menos interessantes para entrevistar para um jornal da tarde são aquelas que se pensaria terem mais probabilidades de ser interessantes, como os grandes industriais, os fabricantes de automóveis, os financeiros de Wall Street, os czares do petróleo e do aço, pessoas do género. (...) sentimos que seria preferível fazer batota, mentir, roubar, assaltar lojas ou ficar esticado morto de bêbado numa valeta do que acabar como um desses industriais com uma cara que mais parece uma tijela de papas frias. A seguir na lista vêm as senhoras da alta roda. Para mim pertencem à mesma categoria da figueira-do-inferno e do apêndice; não consigo vislumbrar a razão da sua existência."
do livro "Sou todo ouvidos" de Joseph Mitchel
do livro "Sou todo ouvidos" de Joseph Mitchel
3/09/2007
Lei anti-tabaco
Na edição de 08/03/2007 da revista Visão, Vasco Graça Moura diz, a propósito de "os novos sinais da jihad antitabaco" que "mostram que, em breve, também teremos interdições quanto ao vinho, o queijo, o rosbife, o sal e tudo o mais que o politicamente correcto venha a lembrar-se de decretar. Os fumadores têm de começar a organizar-se e a reagir energicamente proclamando os benefícios do tabaco."
Algumas observações:
- Parece-me bastante exagerado comparar os tímidos avanços da lei anti-tabaco a uma jihad. A grande alteração de não se poder fumar em locais fechados com menos de 100 metros quadrados não vai alterar grande coisa, uma vez que várias pessoas a fumarem durante um dia num local de maior dimensão provoca o mesmo cheiro desagradável e omnipresente a tabaco quando passamos a porta de entrada. Quando falo no cheiro refiro-me também a respirarmos esse fumo. Quanto à proibição de fumar em serviços de administração pública, unidades de saúde e escolas nem vale a pena comentar...
- Parece-me também que este senhor está equivocado na ideia de que a lógica da luta anti-tabaco se pode aplicar ao vinho, ao queijo, ao rosbife e ao sal... Porque, sinceramente, o facto de o senhor estar a comer queijo ou rosbife na mesa ao lado não me faz respirar ar nocivo, não me faz tossir, não me faz ficar com os olhos vermelhos nem me faz ficar com um cheiro estranho. Se ele tem direito a fumar, os outros têm direito a respirar ar limpo. Duvido que o hálito a vinho de alguém que expire à nossa frente faça tão mal como o fumo expirado à nossa frente.
- Se os fumadores se organizarem para proclamar os benefícios do tabaco e, mais, se forem tão longe que consigam convencer os não-fumadores a começar a fumar também devido aos tais benefícios, dou a mão à palmatória...
- Por último, espero que continue a haver fumadores e que comprem bastante tabaco porque de facto, vem daí uma grande receita para o estado. Do preço de mercado 80% vão para os cofres do estado. Sempre é menos dinheiro que vão tentar obter com outros impostos.
3/08/2007
Pro-actividade
Muito se tem falado na pro-actividade... Em tudo o que é recrutamento se fala na pro-actividade. Quer subir na carreira? Seja pro-activo... Precisamos de pessoas pro-activas...A produtividade depende da sua pro-actividade. Tenha uma personalidade pro-activa (o que é isso??!!) E as grandes empresas adoptam-na como a bandeira do sucesso da empresa... Venda mais, sendo pro-activo, dê lucro à empresa. E no que é que isso se traduz? Em massacre psicológico para o cliente...
Ligo para a Clix para resolver um problema com o serviço dial up e lá está a oferta do serviço todo, "...mas não quer banda larga? Sabe que faz parte de uma zona clix? Quer mesmo continuar a pagar uma assinatura?..." "Bom, o que eu queria mesmo era resolver o problema e poder desligar, se não se importam..."
Ligo para a PT para saber os dados MB para pagar a factura e lá vem o operador... "quer o serviço de débito directo? Cómodo, fácil e seguro? Ai não? Então e um plano de preços, quer? Também não? Quem sabe um dos nossos telefones sem fios?"
Vou ao continente, numa sexta-feira ao final da tarde, com o hipermercado a abarrotar e filas enormes na caixa e o senhor da caixa lá diz a todos os clientes que passam: "Tem o nosso cartão de cliente? Quer aderir ao nosso cartão? Sabe as vantagens de que pode usufruir com o nosso cartão de cliente?" e 7 pessoas furiosas na fila... a ouvir aquilo cada vez que alguém avança... sabendo que quando chegar a nossa vez também irão perguntar. Digo-lhe logo, de forma simpática, que não tenho cartão e não quero cartão.
Estas entre tantas outras situações...
Mas será que os consumidores não são pessoas inteligentes? Será tão difícil acreditar que na era da publicidade os consumidores não estejam informados, nem que seja à força, pelo que têm que nos massacrar com estas sugestões? É assim tão difícil acreditar que um bom serviço é rápido e objectivo, e não um serviço em que nos chateiam com produtos que estamos fartos de ver em spots publicitários, televisivos, radiofónicos, em cartazes, etc, etc...
Tenho uma vaga ideia de este tipo de marketing ter sido ultrapassado nos anos 90, depois de ter sido explorado ao máximo pelo mundo empresarial dos EUA. Nós, consumidores, devíamos ser pro-activos em pedir, desde logo, à pessoa do outro lado, que não seja pro-activa. Talvez as empresas mudem de estratégia.
Ligo para a Clix para resolver um problema com o serviço dial up e lá está a oferta do serviço todo, "...mas não quer banda larga? Sabe que faz parte de uma zona clix? Quer mesmo continuar a pagar uma assinatura?..." "Bom, o que eu queria mesmo era resolver o problema e poder desligar, se não se importam..."
Ligo para a PT para saber os dados MB para pagar a factura e lá vem o operador... "quer o serviço de débito directo? Cómodo, fácil e seguro? Ai não? Então e um plano de preços, quer? Também não? Quem sabe um dos nossos telefones sem fios?"
Vou ao continente, numa sexta-feira ao final da tarde, com o hipermercado a abarrotar e filas enormes na caixa e o senhor da caixa lá diz a todos os clientes que passam: "Tem o nosso cartão de cliente? Quer aderir ao nosso cartão? Sabe as vantagens de que pode usufruir com o nosso cartão de cliente?" e 7 pessoas furiosas na fila... a ouvir aquilo cada vez que alguém avança... sabendo que quando chegar a nossa vez também irão perguntar. Digo-lhe logo, de forma simpática, que não tenho cartão e não quero cartão.
Estas entre tantas outras situações...
Mas será que os consumidores não são pessoas inteligentes? Será tão difícil acreditar que na era da publicidade os consumidores não estejam informados, nem que seja à força, pelo que têm que nos massacrar com estas sugestões? É assim tão difícil acreditar que um bom serviço é rápido e objectivo, e não um serviço em que nos chateiam com produtos que estamos fartos de ver em spots publicitários, televisivos, radiofónicos, em cartazes, etc, etc...
Tenho uma vaga ideia de este tipo de marketing ter sido ultrapassado nos anos 90, depois de ter sido explorado ao máximo pelo mundo empresarial dos EUA. Nós, consumidores, devíamos ser pro-activos em pedir, desde logo, à pessoa do outro lado, que não seja pro-activa. Talvez as empresas mudem de estratégia.
3/06/2007
Crónicas de Domingo
Passa um carro lá fora, hesita... depois avança. Outro, de seguida, desta vez em sentido contrário, como quase todos os que aqui passam. É mais fácil, não havendo polícia e com pouco trânsito. A chuva continua, desenfreada, a bater numa rua que não consegue acordar. Há muito que está morta. E as lágrimas de chuva furiosas de saudade insistem em bater. Há tanto tempo. Será que não sabe que sempre esteve morta? Um quase visitante entra (quem visita museus ao domingo de manhã?). Vai directo à entrada. "Pode abrir isto para eu ver a exposição?" "Claro, mas é necessário tirar bilhete..." "Ah, então não, obrigada. Porque é que é preciso pagar?" "Para sustentar o funcionamento do museu..." O óbvio fica no ar. É assim este país... O outro ontem chegou e disse que podia entrar de graça... porque era não-sei-quem e amigo de não-sei-quem. E pensamos... quem diz se pode somos nós, e não, não pode...É assim o comportamento deste país. Os ricos com a certeza que não têm que pagar e os pobres com a certeza que têm sempre que pagar. Os pensamentos voam novamente, a injustiça, o desânimo... Como a rua que está morta há tanto tempo e a chuva que não sabe.
3/01/2007
Autarca arguido
Uma das expressões censuradas durante o Estado Novo, na imprensa, era "autarca arguido". É curioso ver que agora, como diz muito bem o Ricardo Araújo Pereira na sua crónica "Boca do Inferno" numa das últimas edições da Visão, "autarca arguido" é quase um pleonasmo. Parece que depois de tanto tempo reprimida, a expressão ganhou vida e resolveu desatar a aparecer a torto e a direito nos jornais para vingar todos aqueles anos em que andou escondida...
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