"...Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt'e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, VIM na cozinha, VIM na casa-de-banho, VIM no Politeama, VIM no Águia D'ouro, VIM em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te arrulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Moshe Dayan que te traz debaixo d'olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o Astro, não é filho? O cabrão do Astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-puta, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus zodíacos: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de merda, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? A-ni-ki-bé-bé, a-ni-ki-bó-bó, tu és Sepúlveda, tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala em ritmo de pop-chula, não é filho?
A one, a two, a one two three..."
FMI, José Mário Branco
4/25/2010
4/10/2010
Malucos
Quem fala sozinho vai parar ao Inferno e quem anda para trás ensina o caminho ao Diabo. Um em cada 10 portugueses terá problemas mentais. Não sei se falarão sozinhos ou se andam para trás. Falar sozinhos falarão com certeza, mas andar para trás é mais difícil. Não sei se incluem a japonesa com o cão fantoche na mão que ladra e vê as coisas. O cão vem cá ás vezes, ela nem sempre, atira o braço com o cão. Deve estar incluída nas sondagens mundiais: 1 em 4 pessoas no mundo tem problemas do foro mental. O que nos leva a concluir que há mais malucos no resto do mundo do que em Portugal. O Gil é dos mais conhecidos, a esquizofrenia longa que o faz andar ás voltas é entendida pelos que convivem com o Gil, que de mesa em mesa pede tabaco. Pelo menos não nos tenta convencer a aderir a uma religião, que segundo a senhora outrora beata da Igreja, agora beata de uma seita qualquer, é a melhor religião. "Olhe menina, o importante é que se arrependa, a lei da nossa religião é essa. Pode pecar, desde que a seguir se arrependa." O riso contido das raparigas que ouviam. "O juiz é que não percebe isso, menina. Eu mato, tudo bem, sim senhor, eu pequei mas o que interessa é que me arrependi a seguir. Assim estou perdoada, o juiz é que não entende." A sair quase se encontra, neste baile de malucos, com o doido que faz perguntas. O olhar vago, raiado de sangue e andar decidido a contrastar. " O que é um fraldário? O que é ? O que é?" "Se eu pedir este livro, dão-me, dão-me, dão-me?" E logo sai. Um estudante de outrora perdido que e só mais um maluco de agora, desta cidade. Mas todos eles poderiam ser comandados pelo Duque de São Martinho. O ar nobre de quem se sabe aristocracia e que todos os dias vai partir para a Bélgica onde será coroado não o ajuda a arrastar os cobertores onde dorme à noite. Mas pelo menos as vozes respeitam-no. As vozes que ouve ...
4/08/2010
Comer na rua
É engraçado como em Portugal raramente vemos pessoas a comer na rua. Ou seja, a sentarem-se numas escadinhas, num banquinho de jardim, ou noutro sítio qualquer, tirar o termo ou o saco das sandes e almoçar na rua, no pausa do trabalho. Nós, que temos fama de reis do piquenique levado ao extremo (com o garrrafão, a feijoada, etc.) na verdade somos um povo muito acanhado. E isso só nos prejudica. Em qualquer outra cidade não portuguesa vemos pessoas a passarem a pausa do almoço a almoçar na rua. Aqui há uma vergonha incrível de sair para a rua e almoçar naquele jardim que fica ao lado da empresa, no carro, etc (e se os colegas vêm). Acabamos por gastar muito mais dinheiro e comer muito pior porque temos vergonha. Não vemos o pessoal a andar por aí em Coimbra de sandes na mão, como vemos em Paris (então se fosse o chefe da empresa isso sim seria bonito). Mesmo dentro do carro temos vergonha de almoçar. Pois bem, eu trago almoço de casa e almoço na rua ou dentro do carro. Perdi a vergonha e ganhei cerca de 4 € por dia e uns kilos a menos. É muito melhor. Devíamos acabar com este acanhamento nacional. Só nos prejudica e em vez de nos tornar mais elegantes do que os outros só mostra a nossa tacanhez.
4/06/2010
Economia
Seria bom não esquecer nem perder de vista que o fim último da economia é o bem-estar e não a economia em si.
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