5/28/2009

Por estes dias de campanhas

Por estes dias de campanhas tenho, mais uma vez, a forte sensação de que se o povo português (não ligado à política, leia-se) saísse de mansinho sem dizer nada, se mudasse para um qualquer território, para começar um novo país, e deixasse cá os políticos sozinhos eles nem se aperceberiam, tão entretidos que andam sempre uns com os outros e as suas politiquices. Talvez o Paulo Portas notasse quando visse a feira vazia. E se fossem os políticos a sair, parece-me que também demoraria algum tempo até percebermos. E depois haveria festejos.

5/17/2009

Novo blog aqui na lista ao lado

Foi dos meus professores preferidos, embora ele não o saiba. Daqueles que quando vemos nas escadas da Faculdade confundimos com um aluno mas depois de entrar na sala percebemos que tem uma personalidade didáctica tão robusta como as botas que tinha calçadas. Não fui a tantas aulas como gostaria, fruto de várias coisas. Confesso que até me atrapalhava bastante a falar com ele, houve uma vez que deixei cair as folhas todas que tinha na mão a sair do gabinete dele. Depois do curso acompanhei o blog dele e fiquei com bastante pena quando ele o terminou. Encontrei-o mais tarde na Faculdade de Direito naquele inútil concurso para diplomatas. Ele também concorreu. E agora reencontrei a escrita do "teguivel" e não podia deixar de pôr aqui um link...

5/16/2009

S.A.R.I.P.

Já há muito que estava para pôr aqui um link para este blog dos meus caros colegas do curso de Relações Internacionais. Foi dos primeiros blogs que li (eu demoro um bocado a aderir a tudo o que é novo...) Pronto, aqui está então... O blog da Sociedade Anárquica de Relações Internacionais Piemmel... SARIP

5/03/2009

Maio

Pó dos pinheiros, pó de maio, causa alergias e nostalgias. É este sol que Queima, que planta saudades, acho eu, nem sei bem. Não tenho paciência para isto, mas isto bate forte quando olho para o lado. É uma espécie de nostalgia, é uma espécie de inveja, é uma espécie de passado que lá ficou. É isto que os velhos sentem? Não quero saber de Cortejos nem coisas tais, não tenho paciência para aturar bêbedos. Que incoerência a minha, eu sei mas são incoerentes as almas atormentadas pelo Mundo, como as que vão para Fátima a pé. Comove-me este povo que caminha, deixa-me irritada porque vão no meio da estrada. Tolos, não se ponham em perigo, não me ponham em perigo. (também devia ir, levar-me ao extremo do cansaço para depois descansar). Olha, que giro, vendem-se laranjas de Lamego e de Resende, aqui na nacional ao pé de Pombal, pelo menos é o que diz a placa. Algum carro de apoio aos peregrinos aproveitou a viagem e trouxe as laranjas para vender. Tem que ser, a crise não perdoa, a fé não são laranjas. Todos temos que comer. Almas atormentadas, que vendem laranjas na beira da estrada e andam pelo que acreditam. Comove-me este povo, gosto deste povo. Ás vezes. E do outro, o que bebe até cair para o lado, ao lado de quem quer que seja, que nem só a comida é alimento. Ontem enterrei um pássaro. As “minhas” crianças ajudaram-me. Tiveram pena. Eu também. Era um bebé pássaro. São pequenas as “minhas” crianças, eu não lhes devia ter mostrado o cadáver, acho eu e ensiná-las a enterrá-lo. Rezámos uma oração por ele. Uma já não quis lanchar. Coitada. Percebo. Mas havia crianças no caminho para Fátima, e daqui a um segundo, o mesmo que passou desde que vi o nascer do sol na ponte de Santa Clara naquele dia em que alguém disse para olharmos, porque num instante já não estaríamos lá, estarão elas lá. Por isso não faz mal enterrarem um pássaro. Um dia será ele pó… pó de estrelas. Será? Se calhar só dos pinheiros, pó de Maio, e a nostalgia será delas, que pela primeira vez enterraram um pássaro.

5/02/2009

Mais centros comerciais

Segundo esta notícia, do Expresso, Portugal vai ter mais nove centros comerciais enquanto por toda a Europa estão a recusar a abertura de mais centros comerciais. Confesso que fiquei aliviada por poder ter mais um sítio cheio de lojas para ir passear ao Domingo. Eu e muitos portugueses que quase teriam que arranjar outro programa, quiçá ao ar livre! Que horror, não, não... já bastou os anos de ditadura em que maior parte das pessoas vivia ao ar livre, até porque vivia da pequena agricultura e não havia estas coisas. Bastou esse tempo de pobreza... porque todos sabemos que os pobres é que andam ao ar livre. Mas agora somos iguais aos outros, aos desenvolvidos e já nos podemos enfiar em centros comerciais carregados de...de... de pessoas que trabalham aos Domingos (mas não faz mal, pois não? Estamos a criar emprego... e do bom!) , e carregados de roupas, roupas iguais a ... roupas, que são iguais em todo o lado! Viva os centros comerciais. E de preferência que os façam em zonas ambientalmente protegidas, para não nos darem mais despesas. Matamos dois coelhos de uma cajadada só... matamos coelhos e não só...

N'O Público: "Câmara de Lisboa vai começar a usar água reutilizada para lavar ruas e regar zonas verdes "

Será este um passo rumo à utilização dos sistemas duais de abastecimento de água? Não se tratando ainda de um sistema físico implementado, é uma abertura à implementação destes. Um sistema dual implica o abastecimento de dois tipos de água: água potável para consumo humano e água reciclada (a partir das águas residuais) para outros fins que não requerem água potável, como por exemplo o uso em autoclismos. A água potável existente no planeta é muito escassa e deve ser poupada. O uso desmedido desta água para qualquer fim é um hábito que vai contra a poupança que devemos fazer. Claro que é extremamente caro e complexo implementar estes sistemas numa cidade toda mas pode começar a ser implementado em novas urbanizações, em hóteis, nos jardins públicos. Na Austrália há várias cidades que já usam este sistema e novos bairros de Sydney preparados para isto. Na Índia também estava em estudo um sistema deste tipo e na Itália também há hotéis que já têm, entre outros países. Nalguns países menos sensíveis para as questões da água pode ser difícil ultrapassar alguma resistência, por parte da população, à ideia de usar água reciclada mas é importante informar que esta água também é tratada. Há a questão da segurança. Houve uma cidade australiana em que trocaram os tubos, fazendo uma ligação de água reciclada a água potável, pelo que é importante a formação dos técnicos que fazem a instalação e uma boa sinalização. Há também a questão do preço, podendo haver diferenças de preço entre os dois tipos de água. De qualquer forma o importante é que este é um caminho quase certo em pouco tempo...