6/28/2009

Medo

Há uns tempos tentaram assaltar a casa onde vivo, em Coimbra. Eu estava a chegar a casa, e outras pessoas estavam já em casa quando partiram o vidro da portada, abriram a primeira porta e começaram a tentar abrir a segunda. Esta era mais difícil de abrir e o assaltante começou a dar pontapés violentos para entrar. Foi um susto enorme. Primeiro pela sensação de invasão e depois porque o assaltante sabia que estavam pessoas em casa, devia presumir que aquela barulheira toda, depois do vidro a partir e dos pontapés, iria acordá-las. Não sei se estava armado ou se estava só desesperado mas, nesse momento, em que tentámos afuguentá-lo só me apetecia parir-lhe a cara. Bater-lhe até ele chorar. Praguejei contra todas as leis que de alguma forma protegem estes criminosos. Ele acabou por fugir enquanto chamávamos a polícia. Claro que a polícia nada pôde fazer, até porque não o apanharam em flagrante. Na altura lembrei-me de que tinha visto alguém "suspeito" a rondar a casa durante toda a tarde e disse à polícia, a medo, porque isto de apontar dedos sem provas é um bocado chato. A descrição coincidia com um indivíduo referenciado noutros assaltos, principalmente o carro. A partir daí sempre que vejo essa pessoa tenho medo. Já o vi noutras situações suspeitas, e parado junto ao meu local de trabalho e tenho sempre medo. Posso estar completamente enganada, pode não ter tido nada a ver com o assalto, mas o medo ficou lá. É injusto isto do ter medo. Porque trabalho, porque sou honesta, porque tudo... porque não é justo eu ter medo de alguém sem eu ter culpa nenhuma. E não é justo que haja pessoas que defendem essas pessoas.

E pronto, tenho dito. Sou um bocado extremista nestas coisas. Quando o mal é feito deliberadamente, quando está provado, aí, não há defesa, não há sociedade culpada, há só escolhas.

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