7/26/2009

Sobre os casamentos


Há qualquer coisa de emotivo, profundo e quase fatal nos casamentos. Enquanto adolescente não me emocionava absolutamente nada com casamentos, provavelmente fruto da frequência com que ia... uma média de 3 ou 4 casamentos por ano... Mas desde há algum tempo para cá não consigo deixar de evitar aquela sensação estranha de ser atingida por uma emoção meio indefinida. Foi desde um dos muitos casamentos a que assisti em que chorei pela primeira vez. Vá-se lá saber porquê... Mas não é emoção pela parte romântica, nem por querer casar, é mesmo porque me lembram como é inevitável o tempo passar. Ontem fui a um... e elas lá estavam... a noiva e as amigas, jovens, mais jovens do que eu, muitas casaram no último ano... felizes, recém-casadas no caminho inevitável e fatal da vida a caminhar para também elas serem mães de noivas felizes e jovens.... Ver a minha mãe e tantas da idade dela também juntas, como acontece nestas festas, alegremente a conversar fez-me perceber o quanto há de ancestral nesta coisa dos rituais que passam pela vida... Quase que conseguia vê-las também elas jovens, noivas e felizes, sem sentirem ainda que brevemente também ia ser assim. Gosto de rituais, gosto muito. Acho marcante... gosto que a vida seja assinalada por eles, são marcos. E a noiva a cantar, sem música, com as amigas à volta, os amigos do noivo a brindar a ela, a família, os amigos dos pais, os novos, os velhos, as crianças... a confusão... tudo isto quase parecia um filme que podia ser intemporal, passado mil vezes a preto e branco (só a cor ditaria a diferença) só com a voz da noiva como banda sonora....

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