10/31/2009
Pensamentos
E depois há aqueles momentos em que ficamos pequenos, pequenos e só queremos estar sozinhos e quietos, quiçá a ler um livro que nos leva para lá. Ontem estive no Egipto, década de 20, que bom, estar lá com aquelas famílias, a viver os mesmos sentimentos anti-ingleses. Que bom esquecer tudo e ser só aquelas pessoas todas. É assim com os livros bons. Só queria estar aí. Porque tudo é tão vulgar que só os livros nos salvam. Todos iguais. Tudo igual. O meu filho é muito desenvolvido. Dizem os pais, quão vulgares são todos. Todos dizem que canto bem. Pois sim, lá no karaoke da aldeia, não é? Ah, meu deus. Tanta oportunidade passada, devia ter ido ver o mundo, mas falta-me a coragem, com o tempo será pior. Mais presos estamos. Parece-me sempre tarde demais até perceber que agora sim é tarde demais e que há um tempo atrás não era tarde demais, até voltar daqui a um tempo, a perceber a mesma coisa. Que prisão que sinto. Ainda bem que há livros.
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