1/03/2008

Viva Portugal

Estava eu, nas minhas considerações de início de ano (que é como quem diz, contas à vida, literalmente) a indagar sobre porque é que tenho que descontar um total de 45 % do meu (parco, quiçá, mísero) ordenado para o Estado. Ordenado esse pago a recibos verdes pelo próprio Estado (quando de trabalhadora independente não tenho nada) quando vejo uma notícia que me elucidou e me deixou em suprema felicidade e ânsia por contribuir de forma tão generosa para propósitos mais altos: o financiamento dos partidos políticos com mais de 50 mil votos vai aumentar 5,7%. Posto isto, de que me queixo? Ainda bem que temos um Estado que zela pelo bem de todos nós. Estou certa de que tal medida (venha da indexação ao SMN ou ao raio que o parta) vai beneficiar milhões e milhões de portugueses. Talvez na próxima campanha as canetas sejam de cor, ou os aventais mais resistentes, não sei...

O ditado é velho: quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é burro ou não tem arte.

São os loucos

O que fazemos com os loucos que deixamos para trás? Os perdidos, fracos que alguma vez não se conseguiram levantar . Os que são como nós, que são fortes até não mais o serem, os que não aguentaram o tombo. O tombo que também provocámos que também podemos levar. Mas não levamos porque somos fortes, os outros são fracos. Somos responsáveis pelos loucos, os fracos? São loucos por sua culpa, são fracos. São loucos porque foram fracos. Se são fracos e não aguentam porque temos nós, fortes, de os proteger? Proteger deles próprios. Fossem eles fortes. É mais fácil ser fraco não é? E deixar que os outros tenham culpa, e deixar que outros... Por sermos fortes também provocámos o tombo. São fracos. Os fortes cuidam dos fracos. Tem que ser assim. Quando os fortes querem cuidar dos fracos.