8/19/2008

CGTP considera que 1200 empregos anunciados para Santo Tirso podem ser um embuste

Ora aí está uma conclusão acertadíssima. Mais uma vez Sócrates quer fazer de burros os portugueses. Ora aí está ele a criar empregos de m... ( e não me venham com a história de que as pessoas não querem trabalhar, porque quando querem contentam-se com qualquer coisa...) para os escravos da nova era. Não há emprego para os jovens licenciados? Não há reconhecimento de mérito??? Não faz mal, sai um empregozinho precário num call center a ganhar 2,74 €/ hora e a ser chulado durante o tempo que for preciso com pessoas aos berros ao telefone para ser dispensado quando já não precisarem, com um aviso de 8 dias. Desempregados com mestrados e doutoramentos? O que é isso? A estatística só permite números e os números dizem que assim há mais emprego. Lá porque o sr. Sócrates não tem dois dedos de testa não quer dizer que o resto do país não tenha.

8/12/2008

Faço minhas as palavras de...

...Do Portugal Profundo

"Ora, o que se tem passado em Portugal é a alienação desprezível de uma geração de jovens talentos em áreas diversas, que chegaram à vida adulta, formação inicial completada, sonhos e projectos erguidos nas madrugadas de conquista emocional, que depois de sentirem a canga da exploração sistémica, dos comissários dos comissários políticos, dos chefinhos abusadores repressores das iniciativas, do desemprego apesar do valor, decidiram emigrar. Noutros países, de maior liberdade, o seu trabalho é recompensado, os seus projectos acolhidos, o seu valor promovido.

Outros disseram que houve uma geração que votou com os pés. Esta também. Mais solta, todavia, esta não remete divisas para mulheres, filhos e pais, não constrói vivendas na terra, não participa sequer em tertúlias políticas contra a miséria política do Portugal que, aliás, sentirá sempre. Eles sentem, além desse lamento pegajoso antigo, da amargura do desprezo da corrupção, da incompetência da cunha e do absurdo egoísta da falta de solidariedade inter-geracional, Portugal dentro de si. E sentem que são portugueses à solta, com forma diversa de entender o mundo, mais humana e desembaraçada, e que Portugal se pode fazer em qualquer canto de mundo onde haja um português.
O drama, mal compensado pela exportação desse Quinto Império de cultura, é que a maioria desse valor não torna à terra nossa, nem mesmo se o próximo governo tomasse como missão principal reganhar essa geração emigrada, pois encontrou emprego, oportunidade e recompensa, que a obsolescência económica nacional não pode no curto prazo recuperar. Vale a verdade: a maior responsabilidade da nova emigração portuguesa pertence aos governos que desgovernaram a nossa barca.

A pena maior que tenho, e nós que sentimos esse esvair da seiva lusa, é que, agora, diversamente do êxodo anterior, não existe registo em prosa ou poesia da nova emigração portuguesa, que começou a partir em meados dos anos 1990 e cujo fluxo se tem intensificado nos últimos anos. O motivo pode ser a consciência de que não existe apenas a queixa face a uma classe política mais ou menos corrupta que conduziu o País a este quase desfecho da independência em retrocesso - que pressente quem foi avisado pela História -, mas também uma queixa face às gerações douradas que votam precisamente nos líderes da desgraça que, menos mal para elas, lhes garante as reformas de luxo e os empregos seguros.

Mesmo assim, peço aos leitores emigrados que lêm este mundo inteiro dos blogues livres, que ultrapassem essa angústia e nos contem, para vergonha de quem governa e de quem neles vota, a odisseia do seu valor. Para que quem ficou, mais cedo ou mesmo mais tarde, reganhe a consciência da integridade do Povo e da promissão da Pátria." publicado por Do Portugal Profundo

Podem consultar o post inteiro no blog para o qual o link está aqui ao lado.

8/10/2008

Ossétia do Sul

Quem vê a ofensiva militar de Mikheïl Saakachvili na Ossétia do Sul não percebe como é que o processo de desenvolvimento da Geórgia passa pelo uso da força. A questão da Ossétia do Sul é de facto uma pedra no calcanhar da Geórgia mas a educação Ocidental do seu jovem presidente (nos EUA), o combate à corrupção, os planos de desenvolvimento económico e os projectos de entrar para a NATO faziam crer que a via militar seria a última opção, ainda por cima sabendo que teria de enfrentar a Rússia pelo caminho. Mesmo com um exército bem preparado ( Mikheïl Saakachvili investiu na modernização e preparação deste, também) o facto é que estamos a falar da Rússia e basta olhar para os dois países para perceber que dificilmente a Geórgia sairia deste confronto vencedora. Foi também ingénuo pensar que EUA e países europeus entrariam imediatamente numa ofensiva militar deste tipo contra a Rússia, mesmo limitada ao território da Ossétia do Sul. Há, claro a questão do oleoduto que atravessa a Geórgia e que é de interesse para o Ocidente, em caso de conflito com a Rússia mas isso não seria suficiente para que a Europa e os EUA abandonassem a via diplomática. Via essa que, aliás, não deveria ter sido abandonada pelo Presidente da Geórgia.

O que vai por aí...

Os recentes confrontos na Quinta da Fonte (Loures) são sobretudo resultado de uma política de habitação social que concentra pessoas com grandes níveis de pobreza e não de um problema de convivência entre etnias, afirma o ex-ministro Paulo Pedroso." in Público, 10-08-08

De facto a questão do realojamento é um problema bem mais profundo do que parece. Claro que a concentração de pessoas com grandes níveis de pobreza é o mesmo que juntar dinamite num balde e rezar para que nenhum fósforo caia lá dentro. Mas a escolha oposta, que seria integrar estas pessoas separadamente em prédios e em bairros já habitados por outras famílias plenamente integradas é uma boa opção apenas teoricamente. É a velha questão da sala de aula: o que fazer com os maus alunos? Juntá-los todos e separá-los para não perturbarem os bons ou espalhá-los entre os bons, esperando que daí advenha a sua correcção? A má moeda afasta a boa moeda. A questão é que quem viveu durante vinte anos num prédio, sem qualquer problema de vizinhança e perfeitamente integrado na sociedade vê o apartamento ao lado ser habitado por famílias com problemas de criminalidade, sem qualquer tipo de respeito pelos vizinhos do lado, a ocuparem o espaço público de forma desordeira, a ameaçarem a sua família (obviamente, descansem os protectores dos coitadinhos nem todas estas famílias são assim... mas o que estou a descrever é uma situação verídica e repetida...), e a serem sustentados por um sistema social para o qual pessoas que trabalham contribuem, essas pessoas não têm que arcar com os problemas de realojamento. Conheço uma situação em que um prédio inteiro, anteriormente pacato, sofre com os problemas de realojamento de uma só família. Além da questão da desvalorização das casas. As pessoas que compram a casa, compram o pacote todo, inclusivé a vizinhança... se a vizinhança piora o preço do pacote desce. É de facto um grave problema. Mas que tem que ser tratado de fundo, a política de habitação social tem que estar integrada com a política de imigração e com políticas de emprego. Nunca separada.

8/09/2008

A Fórmula de Deus







Li "A Fórmula de Deus" de José Rodrigues dos Santos há umas semanas e li agora "O Sétimo Selo". Fiquei surpreendida pelo conhecimento científico transmitido pelo autor. Desconhecia esta área de interesse do jornalista. Fiquei, no entanto, decepcionada com a escrita em si. Que não é nenhum Kafka nem nenhum Somerset Maugham, era óbvio, mas é desesperante ver o autor afundado em descrições tão básicas como "eram o céu e a terra, o yin e o yang"...De qualquer forma o decorrer da acção consegue prender o leitor e a capacidade do autor descrever teorias de física a leigos como eu ultrapassam a questão da superficialidade da literatura.