7/31/2005

Wild Nights

Wild nights, wild nights!
Were I with thee,
Wild nights should be our luxury

Emily Dicjinson (American, 1830 - 1886)

7/27/2005

Crónicas da vida vulgar

Há sítios bem mais giros à noite do que de dia..
como quais??
Sei lá... o Departamento...
es uma toto....
a sério, não há nada como ver um sítio que, durante o dia ganha vida própria, e à noite está assim, vazio... assustador...
por vezes só conhecemos a verdadeira essencia de um sitio, uma obra, uma pessoa no vazio de um pensamento!!!
Estamos muito poéticos...
os engenheiros também o sabem ser...
engenheiros, engenheiros... surpreenderam-me... acho que é deste sítio... não à censura!!!!!
Não te censurei... só porque gaanhei no jogo de matraquilhos, escusas de ficar assim!!!!!....Ofendido!!! Só tens que pagar um jantar...
é nestes momentos que tenho a plena certeza que os homens são superiores ás mulheres, uma vez que deixamos ganhar um simples jogo de matrecos e já são as maiores do mundo...bravo!!!!!!!!!!
Pois, mas tive que te corrigir os erros ortográficos... o que seria de voçês sem as mulheres...
cansados, pois quem é que nos ia buscar aa cerveja à cozinha???
Isto está a correr mal... e uma vez que tenho de vir para aqui trabalhar daqui a 5 horas... podíamos ir dormir, não??

28/07/05
3h 53 m
Sala do Núcleo, Departamento EE, Pólo II

7/22/2005

Curiosidade

Há um doença que consite simplesmente no medo de ... gatos.
É a Ailurofobia.

Napoleão sofria dessa doença.

Abstracção

Porque é que não falo da actualidade nacional (que é como quem diz...porque é que vejo o Quiosque à hora dos telejornais e depois selecciono as notícias que quero realmente ver na Net?)

Porque saber fazer política não devia ser condição sine qua non para permanecer num governo.

Porque por muito que tente não consigo ver a catastrófica instabilidade que a oposição vê nesta situação (meu deus, quando há tanto por onde criticar...)

Porque não quero ter o aeroporto da OTA e um TGV quando no interior há pessoas a morrer por falta de assistência médica.

Porque já não suporto o ego desmedido do Freitas do Amaral e a forma como ele, impunemente se pavoneia pela política nacional.

Porque continuamos a arder... again and again...

Porque quero o António Vitorino e a Manuela Ferreira Leite juntos a delinear um plano de salvação nacional.

Porque o Benfica ainda é campeão.

A frase

Há frases que não conseguimos deixar de divulgar:

Portugal, a última colónia africana na Europa...

Níger

A República do Níger fica um bocadinho abaixo da Líbia e da Algéria, entre o Chade, a Nigéria e o Bali. Faz fronteira com o Sahara. Tem quase tantos habitantes como Portugal. A capital é Niamey. Mas isso não interessa... o que interessa é que o Níger tem um índice de pobreza de mais de 65,5%... (falaria noutros índices, como o de alfabetização mas sentir-me-ia demasiado hipócrita...). Não, não são os índices que interessam... O que interessa é que no Níger estão a morrer crianças, muitas crianças... e de fome. Os meses de seca são quase todos: de Outubro a Maio, continuando a haver temperaturas altas nos restantes, levando a escassez de alimentos.
800 000 crianças com menos de 5 anos não têm o que comer e não sobreviverão. A cada linha que lemos morrem cerca de duas crianças. E esta é uma situação ignorada... todos sabemos que o Hemisfério Sul é pobre... e que pessoas morrem de fome... e que isso fica lá longe.

Podíamos falar de cimeiras do G8, de teorias do crescimento económico, de planos de ajustamento estrutural ou das causas dos estados falhados e dos problemas da reestruturação social. Podíamos discutir a ajuda ao desenvolvimento, ou a eficácia da proibição da distribuição gratuita de alimentos pelo FMI... mas não me parece que isso lhes diga alguma coisa... não me parece mesmo.


Enquanto isso a obesidade continua a ser a principal causa de doenças cardiovasculares na Europa, que por sua vez é a primeira causa de morte...

E morreram mais algumas, como nós, os nossos filhos, os nossos sobrinhos...

Pensamentos...

É engraçado como a vaidade é apenas um adorno, como os outros que traz consigo, com um peso muito maior do que o prazer que permite.

7/19/2005

Six Feet Under

Foi ontem o último episódio de Sete Palmos de Terra. Profundo, revelador, chocante, surpreendente... para recordar fica a verdade sobre Lisa, a perdição de Carrie, a insanidade, a solidão, mas sobretudo o diálogo final:

Nathaniel: You can do anything, you lucky bastard. You're alive!
David: It's not that simple.
Nathaniel: What if it is?

E se for?...

Músicas

Há músicas que me acalmam, aliás, que me transportam, que sinto como espuma e água morna, que sinto como viagem. Esta tem tudo isso e muito mais... envolve-me e abraça-me...

Tarde Em Itapuã
Vinicius de Moraes / Toquinho



Um velho calão de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-iris no ar
Depois na praia Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E uma esteira de vime
Beber uma água de côco

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doura
Com uma cacha de rolha
E com olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
É o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Crónicas da vida vulgar

Procurava alguém... olhou à volta, para cima, mexeu no telemóvel. A rapariga acenou-lhe do cimo das escadas rolantes. Sorriu... "estavas aí...". Subiu as escadas, cumprimentou-a, ambas sorriram... conversaram... riram. Sentaram-se frente às salas de cinema. Contavam coisas banais, quotidianas, e riam. A sessão da tarde acabou, ele saiu... com ela. Sentada em frente, ela viu. Deixou de sorrir para a amiga... e de falar...deixou-a falar. Disse que tinha de ir embora, tinha-se esquecido de qualquer coisa. Despediram-se. Deu uma volta...tinha que ver de novo. Não viu, foi embora... não sorriu mais nesse dia.

Verão

Ao contrário da maioria das pessoas, eu não gosto do Verão (olhem que não é fácil admitir isto em sociedade...). E não gosto por várias razões, umas mais óbvias, outras mais irracionais. Não gosto do calor excessivo... não consigo fazer absolutamente nada. Prefiro chuva e frio...que também há no Verão, principalmente naqueles fins de semana,quando planeio alguma coisa. Não gosto do tráfego de insectos no nosso espaço aéreo. Não gosto de roupa de Verão, não gosto da duplicação do número de pessoas que querem ir para o mesmo sítio que eu, não gosto da forma como tudo se dispersa, não gosto das modas de Verão, há sempre catástrofes no Verão... Fico deprimida no Verão. Por tudo isto, vou passar o mês de Agosto, despreocupada, numa praia qualquer, a bronzear e a esperar que o Verão passe depressa...

Recomendo

Visitar Sintra. É sem, dúvida um dos melhores passeios de Portugal, ou não fosse considerada Património Mundial. Além de tudo o que já conhecemos ou ouvimos falar recomendo especialmente o Castelo dos Mouros, situado na encosta do Palácio da Pena. Data do século I, tendo sofrido várias alterações ao longo dos tempos, e tem um vista magnífica sobre os palacetes que se erguem na encosta entre a densa vegetação, bem como os arredores da cidade. Atenção aos horários de visitas, uma vez que os monumentos encerram a meio da tarde e à época de visita (o Verão é a pior).
Para completar um dia de passeio, recomendo que se siga pela beira mar, por Mafra, onde podem lanchar no Sobreiro de Mafra, mais precisamente na casa de José Franco (há sempre pão com chouriço a sair, queijo fresco e pão acabado de fazer). De seguida Ericeira, Santa Cruz... Boa viagem.

7/18/2005

Benfica

Que o Benfica tenha sido campeão, até se aceita, dadas as circunstâncias do campeonato e dada a necessidade de entreter uns milhõezitos de portugueses, que tivéssemos de arcar com festas e arraiais pelo país todo, pronto, até se aguenta, que tenhamos de os ouvir durante todo o ano... menos mal, que tenhamos de ver aquelas publicidades aos jogos do Benfica cheias de elogios a rasar o ridículo... sempre podemos mudar de canal. Agora que a SIC, nos últimos dois Domingos não tenha passado a série "Donas de Casa Desesperadas" (que ganhou mais prémios do que o Benfica) para passar jogos do Benfica que não interessam a ninguém...por favor... que exagero, ainda mais quando se está doente e não se pode sair de casa! É um insulto. Protesto, viva as séries, fora com os jogos do Benfica!

7/14/2005

Crónicas

Crónicas da vida vulgar são situações... só isso. Não são auto-biográficas e são da vida vulgar porque acontecem todos os dias (é esse o sentido de vulgar, aqui. Não o outro que alguém que conheço atribui à palavra, abusando dela). São banalidades que se observam, e que deixam de o ser por serem descritas. Gosto de observar a vida, e ver como ela se repete com personagens diferentes e optei por partilhá-la...

7/12/2005

Crónicas da vida vulgar

Estavam sentados frente a frente, ela lia, ele olhava o caderno... Nenhum dos dois estava realmente a ver o que olhava. Ele começou: "Acho que devíamos acabar...". Não olhou para cima ( nunca olhamos, não é?). A perna dela, que antes batia ligeira e compassadamente no pé da mesa, estacou. A tensão sentia-se. Demorou a responder, concerteza já esperava (percebemos sempre antes...). "Porquê?" Não queria saber realmente porquê, queria que ele mudasse de ideias... "Sinto-me confuso..." (todos usamos esta desculpa, de vez em quando...). "Podemos dar um tempo...". Susteve a respiração, mediu as hipóteses: suplicar para que ele não a deixasse ou fingir que não queria realmente saber. Estava a ficar mais frio e mais escuro... na mesa ao lado alguém olhou de soslaio. "Não quero dar um tempo... quero acabar... não és bem aquilo que eu procuro." Sem olhar para cima, sem nunca a olhar. "Depois destes anos todos não sou o que procuras?" Reagiu, a raiva acumulava-se, quase que chorava... mas não, não à frente dele. "É uma fase difícil..." Agora olhou para ela. "Já não sinto o mesmo...percebes?" "Podemos ser amigos?" Ela tenta uma última vez... "É melhor não nos vermos durante um tempo." Falhou a tentativa. Ele olha o relógio... "tenho de ir"... rapidamente arruma as coisas. Ao sair da esplanada quase vemos o suspiro de alívio. Ela espera... fica impávida... põe os óculos de sol e olha a ponte ao longe... Agora sim, pode começar a chorar.

Brainstorm

Todos temos uma coisinha ou outra que nos irrita. Então no que se refere à condução praticada pelos outros há uma série de coisas que podem ser apontadas. O problema é que há uma que nos irrita e há uma centena que não... e que nós fazemos repetidamente e que irrita outros tantos como nós. No meu caso é a falta de indicação da direcção que se pretende seguir... isto é, o "pisca". Fazer o pisca é dos actos mais importantes na condução porque permite aos outros condutores saberem o que pretendemos fazer e tomar as suas decisões com base nisso, evitando acidentes ou seja, permite-nos conduzir em sociedade!!! Com certeza todos nós, condutores, já estivemos naquela típica situação em que temos que dar prioridade à estrada onde pretendemos entrar, e os carros que teríamos de deixar passar cortam à esquerda antes do nosso cruzamento, sem fazer pisca, retirando-nos a oportunidade que teríamos de entrar, se o tivessem feito. Pior mesmo é nas rotundas, esse caos das novas estradas. Não fazer o pisca é contribuir para o engarrafamento (as pessoas não entram, demoram mais tempo, acumulam-se carros) e, pior, contribuir para os acidentes quando não sabemos que o fulano à nossa esquerda vai, de repente, guinar para sair à nossa direita... e nós estamos no meio. Enfim, há imensas situações em que não fazer o pisca é contribuir para os acidentes, não vale a pena referi-las todas. Além de que é de uma falta de cortesia tremenda para com os outros condutores... e a voçês, o que é que vos irrita mais na condução do vosso próximo?

7/08/2005

Saudades

Quando estou distraída tenho saudades, e deixo-me levar pelas recordações boas...

Humor

Visitem o "derivado ao facto", para o qual há um link, aqui mesmo ao lado. É hilariante, com um humor inteligente, refinadíssimo. O melhor do verso do jornalismo...

E pronto...

O que já se esperava... O efeito dilui-se, as sociedades adaptam-se e o efeito terror atenua-se. Fica o número de mortos e feridos e histórias pessoais... e memoriais. Os ingleses mostraram-se um povo calmo, sem medo, insubmisso, de alguma forma defensor da sua forma de sociedade, como todos os povos europeus se devem mostrar. Infelizmente, no atentado de Madrid, o povo espanhol deu aos terroristas a sua recompensa. Resultou. Não deve voltar a resultar!

7/07/2005

Jogos Olímpicos

Àhora a que escrevo isto ainda não se sabe ao certo qual a origem da explosão no metro de Londres, mas tem-se quase a certeza de que foi um atentado terrorista. Sinceramente, espero que as mentes mais pessimistas estejam erradas. Não conheci em pormenor os projectos de candidatura aos jogos olímpicos, mas, na minha ignorância, apoiava Madrid, e pela mesma razão dos que não apoiavam: porque foi palco do mais sangrento ataque terrorista na Europa, acabando com o mito da Velha Europa segura, sensata, apaziguadora. Gosto da ideia dos Jogos Olímpicos, mesmo sabendo que o mito é muito melhor, ou mais santificado, do que a realidade, ou seja, ao longo da história serviram outros propósitos, que não eram universais, pelo contrário, eram factor de discriminação, aquando o seu aparecimento, na Grécia Antiga, maior parte dos símbolos que hoje lhe associamos vêm dos Jogos da Era Moderna, e não do início e esses Jogos da Era Moderna foram recuperados pelo Partido Nazi com objectivos bem definidos e que hoje ignoramos (só a título de curiosidade, a tocha que hoje é passada de mão em mão e que simboliza a união dos povos, simbolizava a união nazi, o poder que se estenderia a todo o império).Bom, já me perdi, a verdade é que gosto da ideia actual dos Jogos Olímpicos e essa imagem é a ideal para ícone da luta contra o terrorismo e a verdade é que, não o sendo voluntariamente, podem vir a sê-lo involutariamente, pela lógica do mártir. Isto é, não pelo combate, mas pela vitimização. Espero sinceramente que não seja e que esta explosão não seja um aviso, apesar da grande coincidência.
De qualquer forma vou continuar a acreditar que cidades com grandes eventos são as mais seguras...até porque uma das certezas que tenho acerca do terrorismo é a sua dissimulação e o factor surpresa.

Recomendo

Ir para a praia, para uma praia sossegada, tipo lado sul do Osso da Baleia, ou Santa Cruz... e ficar lá deitado na areia, só a ouvir o mar, e os sons que vêm debaixo da areia, sons abafados, imperceptíveis... e adormecer lá. Não levar telemóvel, não ter hora marcada para chegar a casa... ficar só lá, sem responsabilidades, sem pensar em nada... só a desfrutar do que está a nossa volta, tão nosso, tão livre.

(Sim, estou num gabinete a escrever isto...)

7/06/2005

Afinal, como é?

José Sócrates diz que vai haver um aumento de salários na função pública (não explica se indexados à inflação ou acima desta, não sabe bem...).

Campos e Cunha não sabe... porque não sabe qual vai ser o valor da inflação... e não discute cenários.

José Sócrates diz que os impostos não vão aumentar (até quando? quais impostos? e se...? Não sabe bem...)

Campos e Cunha diz que não vê razões para que aumentem (nem vê possibilidades de baixarem, apesar de esta existir há poucos dias, remotamente), durante esta legislatura, ou seja, até 2009.

O Gabinete do Ministro das Finanças diz que não vão aumentar, mas até ao final do ano. Depois não se sabe...

Campos e Cunha deixa uma margem implícita para a existência de situações em que seja necessário aumentar de novo os impostos... mas não prevê nem discute cenários...Resumindo, não sabe se vão aumentar ou não!... e eu que pensava que a política era isso mesmo: prever e discutir cenários, inclusivé mostrá-los à opinião pública, prepará-los, saber quais as consequências e quais as medidas para as corrigir...

Começo a achar que o Governo Socialista precisa de um gabinete que cuide exclusivamente da coerência das declarações dos seus membros.

É caso para dizer: Calado, a gaguejar e de preto, nunca me comprometo.