12/29/2006

Parquímetros

Hoje fui a Celas buscar um par de botas que tinha deixado no sapateiro. Deixei o carro no estacionamento em frente ao Mayflower e, obviamente, tive que pagar. Só precisava de 5 minutos e estava atrasada para o emprego. Dirigi-me ao parquímetro onde o mínimo a pagar são 0.20 €, e ,é claro, a máquina não dá trocos. Como só tinha 0.50 € lá foi a moeda. Outra vez, pela 2ª vez esta semana. Dá direito a uma hora, quando, passados 5 minutos, eu estava de volta. Então fui colocar novamente o ticket na máquina, para o que o próximo apressado que não tivesse trocos usasse o meu ticket, que, bem aproveitado, dava para 10 idas ao sapateiro. Isto tudo para pedir para, sempre que tiverem um ticket com um plafond de tempo, o deixarem no parquímetro. Se a máquina do café dá troco porque é que o parquímetro não há-de dar?

12/19/2006

Natal

Mesmo com consumismo desenfreado, mesmo que no meio da lista de prendas as pessoas se esqueçam do que significa o Natal, mesmo com uma decoração de Natal prematura com o único objectivo de induzir os consumidores a comprar, embalados pelo espírito natalício, mesmo com a ascensão suprema do Pai Natal, sr. Coca-Cola, a símbolo incontestável do Natal, mesmo com toda a gente a aproveitar para pedir dinheiro para todas as causas humanitárias... enquanto as pessoas aproveitarem esta quadra para sorrir e desejar feliz natal a todos com quantos se cruzam, enterradas em casacos e cachecóis e de cara vermelha (do frio da rua ou do aquecimento do centro comercial), se calhar continua a valer a pena, há-de haver a quem se faça bem ...

12/06/2006

Minesweeper

A vida é como um jogo de Minesweeper... as vezes, seguindo a lógica dos números não conseguimos perceber onde está a bomba naquelas ilhas isoladas, por desminar e sabemos que não há forma de saber e temos de arriscar. Ou arriscamos logo porque teremos, eventualmente, de voltar lá para terminar o jogo e assim não perdemos tempo a desminar o resto para depois perdermos ali, ou confiamos até ao fim e fazemos o resto do jogo para ver se conseguimos alguma pista para descobrir aquela bomba. E podemos descobrir e ganhar, ou não descobrir e perder o jogo, e tudo foi tempo perdido...

Se calhar devia parar de fazer analogias estúpidas...

Ainda os discursos

Em relação ao post anterior gostaria de agradecer a inspiração obtida no discurso do Ministro da Agricultura, cujo nome me passa ao lado (e, sinceramente, não justifica uma procura no google), na comemoração dos 100 anos da Casa do Douro, quando questionado pela jornalista sobre o que tinha a dizer relativamente ao facto da metade dos trabalhadores desta instituição (a metade paga pela própria Casa do Douro, sendo que a outra é paga pelo Ministério) não receber salários há vários meses. Uma vez que, obviamente, não me lembro exactamente da entrevista, vejamos como, se não foi, podia ter sido:

Jornalista: O que tem a dizer, nesta comemoração dos 100 anos da Casa do Douro, sobre o facto da metade dos trabalhadores desta instituição, não receber os seus salários há vários meses?

Ministro: Antes de mais quero dar os parabéns a Casa do Douro por este aniversário, é um símbolo, blá, blá, blá...

Jornalista: Sim, mas o que tem a dizer, nesta comemoração dos 100 anos da Casa do Douro, sobre o facto da metade dos trabalhadores desta instituição, não receber os seus salários há vários meses?

Ministério: Quero salientar o papel do governo no apoio que tem dado a esta instituição, blá, blá, blá...

Jornalista: Pois, mas o que tem a dizer, nesta comemoração dos 100 anos da Casa do Douro, sobre o facto da metade dos trabalhadores desta instituição, não receber os seus salários há vários meses?

Ministro: Vamos apresentar os projectos que temos que certamente irão contribuir para a maior visibilidade da Casa do Douro lá fora, apoiados pelo Governo, blá, blá ...

Jornalista: Pois, mas o que tem a dizer, nesta comemoração dos 100 anos da Casa do Douro, sobre o facto da metade dos trabalhadores desta instituição, não receber os seus salários há vários meses?

Ministro: Relativamente aos produtores que vendem os seus produtos à Casa do Douro estamos a actualizar os pagamentos anteriores.

Pois, e os ordenados...

Discuro político

Há frases ou expressões tiradas de discursos de políticos em situações excepcionais confrontados com situações incómodas para o seu partido/governo/autarquia e com jornalistas mais incómodos ainda; ou que foram ficando, de ouvido, não sabemos onde as ouvimos mas sabemos que se repetem... e que não dizem nada. Estas são algumas respostas que servem para tudo e que mostram a fraca criatividade dos nossos políticos no que toca a não responder.

Imaginemos, por exemplo, uma destas perguntas: o que fará o executivo relativamente as pessoas que ficaram desalojadas? /
Quais as medidas tomadas para que estas pessoas recebam os ordenados que têm em atraso? / Como vai ser feita a recuperação deste espaço?

Reposta: Teremos de agir dentro daquilo que são as competências da câmara/governo/ministério. E dentro dessas competências há, evidentemente mecanismos a accionar que partirão de uma acção do grupo responsável por esta área não dispensando, claro, um acompanhamento cuidado da nossa parte dentro daquilo que são as premissas fundamentais (numa homenagem ao nosso querido escalador – palavra inventada – Vitor Hugo Salgado) que prevêem os meios que temos preparados para estas situações.

Resposta: Partiremos da desburocratização do sistema para agilizar todo o processo, até porque todo o nosso trabalho até aqui tem sido feito nesse sentido, apesar de o anterior executivo (seja ele qual for) ter ignorado a necessidade de prosseguir este projecto. Como tal pegámos nas rédeas deste mesmo projecto e com certeza estará concluído brevemente, beneficiando a população em geral.

Também podemos usar estas frases separadamente e misturá-las, ou só as expressões. Resulta sempre.