5/05/2007

Hipermercados abertos ao Domingo



Porque é que precisamos de hipermercados abertos ao Domingo e feriados? Para passar o Domingo à tarde e feriados a fazer compras em vez de passear por aí, conhecer o país, fazer desporto ou simplesmente estar com a família? Não me parece que se deixe de comprar o que quer que seja só porque os hipermercados estão fechados aos Domingos à tarde e feriados. Mas o que mais me irrita nesta campanha (e não é pouco...) é o facto de, mais uma vez, quererem obrigar os trabalhadores a trabalhar ao Domingo. E não digam que só trabalha quem quer e quem não quer é porque não quer trabalhar, porque todos sabemos que maioria desses trabalhadores precisam desses empregos, já de si precários. (E sem qualquer compensação extra por isso, nem os feriados são pagos a dobrar...) O Domingo é, por tradição, seja ela de origem católica ou não, o dia do descanso. Não é este o dia para estar com a família? Ou para aproveitar de outra forma? Sempre achei que o capitalismo, no seu extremo, na sua pior forma acabaria por criar uma espécie de escravatura moderna e disfarçada e é a isso que estamos a assistir em favor do lucro de alguns. Querem os hipermercados abertos para que o povinho possa ter onde passear com a família barulhenta? (O que eu acho de uma pobreza de espírito inexplicável...) Não lhes bastam os shoppings com as lojas todas abertas? Ou os retail park sempre a abarrotar de pessoas a comprar bugigangas? Devem querer variar a paisagem.

Já bastam os empregos por turnos como os seguranças ou o pessoal dos hospitais... ou algumas fábricas. Veja-se o caso da Roca, fábrica espanhola com filial em Portugal e que emprega milhares de trabalhadores da zona de Leiria. Desde o ano passado passou a ter produção contínua em todos os sectores pelo que agora a parte dos trabalhadores que tinha os fins de semana livres deixou de ter. Além disso trabalham 6 dias seguidos e descansam dois, em folgas rotativas, sem terem fins de semana ou feriados. No caso dos muitos casais que trabalham na Roca os fins de semana nunca coincidem e dificilmente estão com os filhos ao fim de semana. Estes ou ficam sozinhos, ou ficam apenas com um dos pais. Há um medo, de alguma forma incutido, de que aconteça o que tem acontecido nas outras fábricas e de que se não se produzir cada vez mais esta seja deslocalizada.

Além destes temos ainda situações de pessoas que trabalhando para o Estado e tendo que trabalhar ao Domingo estão a recibos verdes, para não que não lhes seja paga a compensaçaõ devida por isso... Têm de facto um emprego, sim... recebem por ele, estão à mercê do chefe no que diz respeito a domingosm, feriados, horas extra... não têm férias, não têm subsídios e uma boa parte do seu ordenado vai para o Estado... para o qual trabalham. Que privilegiados que eles são...

Exiga a libertação dos trabalhadores ao Domingo. Liberte-os

2 comentários:

Paulo Aroso Campos disse...

Rita defensora do operário! ;)
Tudo o q falas é verdade, em vez de se fazerem campanhas para que conheçam museus, bibliotecas, monumentos, cidades, fazem-se campanhas para que se abram supermercados.É claro que quem organiza estas campanhas são as proprias superficies, é do interesse deles.

Anónimo disse...

Se tivesse desempregada como muita gente está e mais vão estar, você seria a primeira a mendigar por um trabalho desses ao Domingo e ao Feriado.

Como as coisas estão, não dá para escolher, nem para ficar em casa com a família ao Domingo e se calhar sem comida em casa.

Mais deviam abrir, para poder empregar mais pessoas.

Se não pagam em conformidade com a lei nesses dias, cabe as entidades competentes fiscalizar que é para isso que também pagamos impostos.